Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Muralhas de Setúbal - de novo no Forte Velho

* Victor Nogueira

O Castelo Velho ou Forte de S. Luís Gonzaga, setecentista, já fora objecto duma publicação: em Muralhas de Setúbal - Forte Velho ou de S. Luís Gonzaga, lá do alto dominando a então  Vila de Setúbal e o Estuário do Rio Sado, com o Castelo de Palmela e os Fortes de S. Filipe e da Estrela (este entretanto  demolido)  no horizonte.

Muitos anos decorridos retornei a ele, num sítio com amplas vistas, outrora ocupado com bairros de lata do operariado e pescadores setubalenses, cujas habitações o 25 de Abril e o projecto SAAL permitiu reconverter num processo que deu origem a um bairro que foi denominado como o Grito do  Povo. Ao longo da encosta se distribuem as modestas habitações, 

Quando por lá deambulei anos atrás com fotos ainda não digitalizadas logrei subir ao seu interior, um emaranhado de silvas, de piteiras e de arbustos onde me perdi até conseguir reencontrar o então único acesso, na parte da muralha então derrubada. 

Hoje a ruína é muito maior mas não entrei no seu interior. Dizem-me para subir a escadaria e que lá no cimo encontrarei as ruínas do Forte. Sigo as instruções, passo pelo Largo dos Pescadores onde já estivera mas sei que não é naquela rua mas sim noutra, de acordo com os mapas do Google. Para ela me dirijo percorrendo a Rua de Santiago, paralela à Rua do do Grito do Povo, subo uma pequena mas muito íngreme ladeira, e dou com um soterrado depósito de água e estação elevatória. Circundo as ruínas do forte num terreno bravio, aprecio aqui e além os amplos horizontes e regresso ao ponto de partida, onde travo uma breve mas amena cavaqueira com uma simpática moradora que se oferece para me ajudar a descer dando-me o braço mas declino e prefiro seguir pela estreitérrima Rua de S. Luís Gonzaga, agora em obras de saneamento básico e pavimentação, rumo ao Fiesta .





Setúbal no horizonte


Estuário do Sado no horizonte











Palmela no horizonte


Na Serra do Louro, um dos Conventos de S.Paulo


Arrábida no horizonte















fotos em 2018.01.08




Barracas no primeiro piso do Forte Militar - (Arquivo da Associação de Moradores) 1975 (?)
In: Fartas de Viver na Lama, de Jaime Pinho/ Fernanda Gonçalves/ Leonor Taurino,Edições Colibri

http://setubaldoutrostempos.blogs.sapo.pt/933.html




Série Fortificações em Setúbal




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