Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Miradouros 03 - Avenida Belo Horizonte 01

* Victor Nogueira

Reza a "Avé Maria no Morro" que pobre, lá no cimo do morro, tem "felicidade de arranha-céu / Pois quem mora lá no morro / Já vive pertinho do céu" Assim, o Viso, o Casal das Figueiras, as Fontainhas ou a Belavista e Santos Nicolau eram poiso de pobres, do operariado conserveiro ou da pescadores, geralmente locais de casas abarracadas pois os ricos preferiam a várzea de Setúbal, dos laranjais e das quintas, onde construíam as suas casas de campo, palácios e vivendas.  Se para isso tivessem poder, à insalubridade os pobres e miseráveis de Setúbal talvez preferissem as vivendas do Bairro Salgado ou os "arranha-céus" do Bairro do Liceu.

As escarpas ou barrocas de S. Nicolau, onde existe um bairro essencialmente edificado pela "aristocracia" operária conserveira e pelos pequenos patrões da pesca, para cá dos insalubres e abarracados bairros Dias, Mal Talhado ou da Monarquina, são um miradouro natural, ao longo das quais "caminha" parte da Avenida Belo Horizonte, com dois miradouros ou, mais apropriadamente, mira-sado:  o varandim do edifício que alberga o Gabinete Municipal de Apoio ao Empresário e, a meia encosta, o miradouro do Jardim Camilo Castelo Branco, tema de vários posts entre os quais  Em Setúbal e de novo no Jardim das Escarpas de S. Nicolau

Belo Horizonte é um miradouro a 180º, de múltiplos pontos de observação, com deslumbrantes pôr-do-sol, que permite vislumbrar o Rio Sado desde a Península da Mitrena até à Serra da Arrábida e ao Oceano Atlântico, sem esquecer a Baixa de Setúbal.











Ao Bandarra venho muitas vezes lanchar e ler o jornal ou algum livro, com o  estuário no horizonte. É um café simpático





fotos em  __/__/__


ao longo da Avenida Belo Horizonte e das Escarpas de S. Nicolau






porto fluvial de Setúbal










o Bairro Azul no horizonte, outro magnífico mira-sado, foi visitado em De novo na Bela Vista, em Setúbal

estação elevatória de água, na Belavista




ao fundo, ruínas dum moinho de vento



mira-sado do varandim do GAE
e Jardim Camilo Castelo Branco













fotos em 2017.08.07


OUTROS MIRADOUROS EM SETÚBAL

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