Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

domingo, 21 de agosto de 2016

em Cascais, a vol d'oiseu com breve passagem pelo Parque dos Poetas, em Oeiras

* Victor Nogueira

Na véspera a ida fora para lanchar no INATEL de Santo Amaro de Oeiras, uma desilusão, pois as esplanadas não tinham nem bolos nem torradas os jovens empregados "amontoados" sem nada para fazarem, pelo que rumámos para a habitual pastelaria denominada "A Seara" em Oeiras, na fronteira com Paço de Arcos. Em Santo Amaro as esplanadas tinham veraneantes mas a vista - sem se vislumbrar a praia - pouco tinha de especial enquanto numa tenda havia uma "feira" do livro expostos em bancadas e "queimados" pelo  sol. (1)

No dia seguinte a ida foi a Cascais, mas o trânsito era imenso, de  transeuntes e automóveis. Junto à baía e dum palco giganteso, dissonante com a envolvente, brotavam altos e agressivos decibéis para uma assistência esparsa e deambulante, junto a tendas de quinquilharia e de comes e bebes. No jardim Visconde da Luz umas tendinhas albergam "artesanato" não regional, estilo lavores, enquanto as crianças se divertem num mini-carrocel paredes-meias com uma roulotte vendendo "farturas" e charros,  Cheira pestíferamente a frango assado, proveniente do "Jardim dos Frangos".  Se "Frango no Churasco" ou "A Brasinha" ainda são designações aceitáveis para os queimadores de galinácios, bizarros são os nomes de algumas churrasqueiras: "Frangote", "Deus dos Frangos", "Frango Vaidoso", "Rainha dos Frangos"   .... Haverá alguma chamada "O Paraíso do Frango  na Brasa" ? E assim como a carne de boi é de "vaca", a de galinha ou franga é ... de "frango".

Bebido o café  numa esplanada rumámos  até à Boca do Inferno, abarrotada de carros e peões, pelo que não parámos e fixamos novo destino, o Parque dos Poetas, em Oeiras, mas o entardecer e as sombras malograram a reportagem fotográfica. No banco do pendura, livre de conduzir, reparo nalgumas "novidades" como a do edifício da  arquitectura do ferro, em Cascais, como há alguns outros nesta linha do Estoril.

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Em 1974 relatava assim uma outra visita a Santo Amaro; "Estamos aqui no motel de Santo Amaro.  O meu pai acabou de dar cabo dum pacote de amendoins que comprou na Boca do Inferno (na foto muito apaziguado). O céu está cinzento de chumbo e o motel está quase vazio. Além uma senhora faz crochet e, lá fora, o mar morre serenamente nas rochas. Lá no motel ainda joguei nas máquinas e também três desafios de futebol [matraquilhos] com o meu pai, tendo ganho dois." (MCG - 1974.01.02)



Cascais





"Jardim dos Frangos"
  


  



cidadela de Cascais



arquitectura do ferro


arquitectura revivalista










edifício da Lota






Centro Comercial




Estoril


Grande Hotel do Monte Estoril





arquitectura revivalista
  


Colónia Balnear " Século", instalada em 1927 numa antiga fábrica conserveira. O jornal seu proprietário, fundado em 1888, foi encerrado em 1977



Oeiras





Forte de S. Julião da Barra



Parque dos Poetas - Marquesa de Alorna


Parque dos Poetas -  arco-íris



Parque dos Poetas -  Manuel Bandeira - deste poeta o monumento cita "Vou-me embora p'ra Pasárgada" e reproduz a "Estrela da Manhã"


Parque dos Poetas -  Jorge Barbosa

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