Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Em torno da Igreja de Santa Maria da Graça, em Setúbal

* Victor Nogueira 
(texto e fotos)





  ~ setúbal - igreja de santa maria da graça (sé catedral) 



A Igreja de Santa Maria da Graça ou Sé de Setúbal, com arquitectura original de António Rodrigues, situa-se no coração do primitivo burgo medieval setubalense, tendo sido em torno desta que se desenvolveu o mais importante bairro medieval da cidade, assim como o centro religioso e político-administrativo.


Fundada no século XIII, o actual edifício é uma reconstrução do alto renascimento com uma imponente fachada maneirista. No interior colunas com frescos, talha e azulejos dos séculos XVII e XVIII. (wikipedia)

Numa rua lateral, junto ao Terreiro de Santa Maria, encontra-se o pórtico gótico de uma antiga hospedaria – o Hospital de João Palmeiro. Fronteiro, com o templo de permeio, encontram-se um troço da muralha medieval e a  Casa do Corpo Santo, antiga confraria de navegantes, armadores e pescadores de Setúbal, cuja origem remonta ao século XV, Considerada o Museu do Barroco, nele há também uma exposição permanente "Instrumentos de Ciência Náutica – Coleção de Ireneu Cruz", Mais sobre a Casa  do Corpo Santo em http://www.mun-setubal.pt/pt/pagina/casa-do-corpo-santo/284

Nas cercanias encontram-se a Fonte de Palhais, o Palácio dos Cabedos, a antiga Gafaria (de que resta apenas o lintel) e o Poço do Concelho (reconstituído), para além duma casa brasonada.


Hospital João Palmeiro


O sítio designado de Hospital João Palmeiro, já existia em 1363 situando-se desde essa época junto à Igreja de santa Maria da Graça com a qual confrontava a sul. Trata-se do mais antigo edifício de Setúbal e foi o primeiro de natureza assistencial desta cidade. Em 1566 foi abarcado pela Casa do Espírito Santo, instituido pela Santa Casa da Misericórdia de Setúbal. No início do século XX o que restava do edifício foi utilizado para uma fundição posteriormente para oficina de automóveis. /in http://arqueologia.patrimoniocultural.pt/?sid=sitios.resultados&subsid=162152&vt=162166)


Casa do Corpo Santo





Muralha medieval e Caaa do Corpo Santo






Palácio dos Cabedos (ou do Quebedo)



casa brasonada




Fonte de Palhais




A Fonte de Palhais, também conhecida como chafariz da praça ou chafariz de S. Bernardo, por se situar junto a um antigo convento de freiras Bernardas. Em 1772, o Marquês de Pombal terá dado ordem à Câmara de Setúbal para pagar a despesa respeitante à construção do chafariz e respetiva canalização. O diretor da obra foi o coronel de engenharia José Bruno de Cabedo, mas desconhece-se o “grande mestre do cinzel” responsável pelas bicas em forma de “expressivas carrancas” presentes no conjunto. Destaque ainda para a decoração: arabescos, o escudo de armas de Portugal, flores, troncos, folhas, bagas de loureiro, tudo encimado . por uma coroa imperial com cruz de alto-relevo 
(http://www.aguasdosado.pt/backoffice/files/file_41_1_1318437799.pdf)


 Gafaria (portal)


A Gafaria de Setúbal, também designada por Gafaria da Horta do Rio, data possivelmente do século XV, sendo certo que é de fundação anterior à construção do portal tardo-gótico classificado. Como era habitual nas gafarias e hospícios, o edifício encontrava-se fora da muralha medieval de Setúbal, integrado, como a sua designação indica, numa zona de hortas e baldios. Em finais do século XV ou inícios do século XVI, a gafaria terá sido beneficiada com obras, custeadas com toda a probabilidade pela família nobre cujo escudo de armas o portal ostenta em posição central, mas que é hoje praticamente ilegível. Recorde-se que na mesma altura várias gafarias, de Norte a Sul, eram melhoradas ou construídas de raiz, no rescaldo de um calamitoso surto de peste que assolou o país em 1479-80. 

O portal, único vestígio do edifício medieval ou dos seus acrescentos quinhentistas, possui verga decorada com arcos recortados à mesma altura, dois de cada lado, enquadrando um recorte central em arco inflectido, ao modo de cortina, sob o qual está o brasão, numa tipologia marcadamente manuelina. Na parte superior do lintel lê-se ainda, inciso na cantaria, o versículo do Eclesiastes VANITAS VANITATUM ET OMNIA VANITAS, ou Vaidade das vaidades, tudo é vaidade, alusão à transitoriedade da vida humana, numa reflexão bem adequada ao edifício da gafaria. Integrado em imóveis de construção mais moderna e desprovidos de interesse arquitectónico, este portal dá hoje acesso a um pátio particular, o Pátio da Horta sem Portas. (in http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70213)


Poço do Concelho



O Largo do Poço do Concelho em 1939. Ao fundo as traseiras do Palácio dos Cabedos
(http://setubalcidadedorioazul.blogspot.pt/2011/11/largo-do-poco-do-concelho-1939.html)

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